TECNOLOGIA
Fluidos dão estabilidade à perfuração e lubrificam as ferramentas usadas
Componentes vitais do processo de perfuração horizontal direcional (PHD), os fluidos são um aliado das empresas que atuam no setor. Compostos por uma mistura de vários aditivos, eles cumprem diversas funções específicas, incluindo a limpeza e carreamento do material escavado, estabilidade da parede do furo, controle químico das formações perfuradas, controle da infiltração de líquidos e lubrificação das ferramentas de corte. “Os principais aditivos usados são a bentonita de alto rendimento e diversas famílias de polímeros. Dependendo da necessidade de operação, pode-se ainda acrescentar outros aditivos específicos tais como lubrificantes, afinantes e controladores de perda de circulação”, resume Flávio Miranda, gerente das áreas de HDD, Mining & Waterwell da M-I Swaco, uma das empresas mais tradicionais que atuam no fornecimento de fluídos de perfuração.
Dois tipos básicos de fluidos são adotados: os a base de água, usada como liquido de diluição do aditivo, e os sintéticos, obtidos a partir de uma base de parafina sintética. No caso do HDD, Miranda explica que os compostos a base de água são mais usados, em função da facilidade de manuseio e do menor impacto ao meio ambiente. As perfurações de maior complexidade, no entanto, podem adotar os fluidos sintéticos. O uso adequado dos fluidos também envolve as práticas de minimização de seu efeito no meio-ambiente. A M-I Swaco, por exemplo, possui um departamento focado nessa área e na prática de segurança, o QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde). “É uma das áreas mais importantes e ativas da empresa, pois entendemos que nossa atividade tem forte impacto no meio ambiente. Todos os assuntos relativos ao tema são tratados com a máxima prioridade e atenção”, detalha Miranda. Ele lembra que as recomendações variam de acordo com o tipo de produto fornecido pela multinacional. O conjunto de informações inclui fichas detalhadas dos produtos e indicações de uso, assim como o suporte técnico do QSMS no uso e no descarte dos fluidos de perfuração.
O especialista ressalta que o Departamento de Tecnologia da divisão CPG tem quatro objetivos principais: agregar melhorias nos produtos existentes, identificar novos materiais que podem ser usados em soluções já existentes ou em novos produtos, trabalhar em conjunto com as áreas de produção e de cadeia de suprimentos para garantir um fornecimento contínuo de matérias-primas e desenvolver novos produtos e processos para crescimento da corporação e mantê-la competitiva em termos globais.
O executivo lembra que a escolha adequada do fluído é fundamental para o sucesso da perfuração. De acordo com Miranda, um composto mal concebido ou de má qualidade compromete toda a operação de perfuração, aumentando os custos e os riscos de insucesso, principalmente em perfurações horizontais. “Com longos trechos perfurados na posição horizontal, o HDD exige maior estabilidade de perfuração. Com isso, o sucesso da operação depende da capacidade do fluido de proceder a limpeza do material perfurado e de manter a estabilidade da parede de perfuração”, detalha. No caso das perfurações verticais de maior profundidade, o executivo destaca que o fluido é essencial para manter o controle das pressões internas do poço, garantindo a segurança do processo.
Parceria tem quase uma década
Parceira da INTECH há mais de oito anos, a M-I Swaco se orgulha do relacionamento. “Somos pioneiros desde os primórdios da perfuração horizontal direcional no Brasil e muito do sucesso obtido com este método deve-se às experiências que adquirimos e desenvolvemos com os clientes”, argumenta o executivo da empresa. “Cada vez mais estamos empenhados nesta parceria e a prioridade é oferecer toda a qualidade e benefícios de nossos produtos e serviços para a INTECH”, finaliza Miranda.
Os dados sobre a bentonita no Brasil e no mundo
As informações mais completas sobre a bentonita, mineral usado como aditivo para fluidos de perfuração, principalmente no método de HDD, indicam uma grande quantidade do material, tanto no Brasil como no exterior. Segundo o Sumário Mineral, relatório editado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), as reservas nacionais foram estimadas em 32 milhões de toneladas. O Paraná concentra 49,7% do total, seguido de São Paulo, com 27,7%, Paraíba (11,6%), Bahia (9,3%) e o Rio Grande do Sul (2,2%). De acordo com o pesquisador Thiago Henrique Cardoso da Silva, do DNPM, a bentonita - como a maior parte dos minerais industriais - não é um bem final na cadeia produtiva, mas sim um insumo essencial para a produção de bens finais. “O desempenho produtivo do setor de mineração de bentonita sofre grande influência dos setores produtivos que a utilizam como insumo”, detalha ele no Sumário Mineral. Ainda de acordo com Silva, a produção mundial de bentonita aumentou 6,5% em 2011. O aumento teria sido influenciado especialmente pelo aumento de produção dos Estados Unidos e da Turquia, que são os principais produtores mundiais.