ECONOMIA E NEGÓCIOS
Economia em 2015 será de ajustes. Saiba como se preparar para isso e ter um ano menos agitado
Imagine a seguinte situação: você fez alguns investimentos em 2014: comprou um carro (financiamento) e parcelou uma reforma da casa, dividindo a obra em 24 prestações. Todos esses valores vão representar boa parte do seu salário ao longo dos próximos anos. Aí, você nota que sua margem de segurança foi comprometida. Em resumo, gastou mais do que podia. O que pode ser feito? A resposta é clara e se chama ajuste. Há várias saídas, desde trocar o carro por um modelo menor e diminuir o financiamento, mas principalmente envolve evitar qualquer tipo de novas dívidas. É hora de pegar lápis e papel e refazer seu orçamento. Grosso modo é isso que o governo federal vai fazer em 2015.
De acordo com o portal Terra, com os ajustes na economia já sinalizados para o ano que vem, os consumidores devem evitar novos endividamentos. E uma das razões para isso é que os juros devem aumentar e os bancos provavelmente serão mais seletivos na concessão de crédito. Em novembro, o Banco Central já tinha elevado a taxa Selic (que serve de referência aos juros aplicados pelas instituições financeiras) a 11,75% ao ano, o que significa o maior nível desse índice em três anos. Para a Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio), os juros, a inflação e o pessimismo vão "castigar a economia" em 2015.
Faça o seu próprio ajuste
Segundo o jornal O Povo, de Fortaleza, as pessoas comuns devem fazer o seu próprio ajuste para 2015, organizando suas finanças de forma racional. A primeira dica dos especialistas ouvidos pelo jornal é que qualquer brasileiro deve saber o quanto ganha e quanto pode gastar. Essa informação é decisiva na hora de realizar qualquer compra. Outra orientação é criar uma planilha listando o orçamento mensal, programando os gastos de forma sazonal, ou seja, se a compra for realmente necessária que ela seja realizada no período mais tranquilo do ano. Janeiro, por exemplo, costuma ser um mês complicado e a dica é avaliar os gastos do ano anterior e aplicar um percentual a mais para atualizar os possíveis investimentos.
Crédito especial merece atenção nesse ano
Segundo o Banco Central, a taxa média de juros no cheque especial chegou a 200,6% ao ano em dezembro de 2014. Esse é o maior percentual desde fevereiro de 1999, quando o juro nessa modalidade estava em 204,3%. A inadimplência à pessoa física no crédito com juros definidos livremente pelo mercado recuou de 6,7% para 6,5% entre o fim de 2013 e de 2014. Já no cheque especial, as dívidas em atraso correspondem a 11,2% dos empréstimos, maior percentual verificado nesse mesmo período.